sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

quinta-feira, 10 de março de 2011

O PRIMEIRO CULTO PROTESTANTE NO BRASIL

O desembarque no forte Coligny deu-se no dia 10 de março, uma quarta-feira. O vice-almirante recebeu o grupo afetuosamente e demonstrou alegria porque vinham estabelecer uma igreja reformada. Logo em seguida, reunidos todos em uma pequena sala no centro da ilha, foi realizado um culto de ação de graças, o primeiro culto protestante ocorrido nas Américas, o Novo Mundo.

O ministro Richier orou invocando a Deus. Em seguida foi cantado em uníssono, segundo o costume de Genebra, o Salmo 5: “Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras”. Esse hino constava do Saltério Huguenote, com metrificação de Clement Marot e melodia de Louis Bourgeois, e até hoje se mantém nos hinários franceses. Bourgeois foi diretor de música da Igreja de Genebra de 1545 a 1557 e um dos grandes mestres da música francesa no século 16. A versão mais conhecida em português (“À minha voz, ó Deus, atende”) tem música de Claude Goudimel (†1572) e metrificação do Rev. Manoel da Silveira Porto Filho.

Em seguida, o pastor Richier pregou um sermão com base no Salmo 27:4: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”. Após o culto, os huguenotes tiveram sua primeira refeição brasileira: farinha de mandioca, peixe moqueado e raízes assadas noborralho. Dormiram em redes, à maneira indígena. A Santa Ceia segundo o rito reformado foi celebrada pela primeira vez no domingo 21 de março de 1557.


Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil no Rio de Janeiro

domingo, 6 de março de 2011

A IGREJA E SUA MISSÃO

Publicado no boletim n 2540 em 06 de março de 2011.

Neste domingo a pergunta ao longo de todo o dia do Senhor será: qual a missão da igreja? E ao responder essa questão devemos considerar, à luz das escrituras, coisas essências da fé que nos responsabilizam quando chamados/vocacionados à evangelização.
A própria dinâmica da inserção da igreja no mundo, não nos permite perguntar sobre a natureza de nossa missão, uma vez que, naturalmente incluídos no processo de construção do Reino de Deus, sabemos de nossos compromissos, tendo como referencial maior o exemplo de Cristo e o que Ele começou a fazer.
O que Ele começou a fazer é exatamente o que devemos fazer hoje, em seu lugar. Conscientes de que o ministério de Cristo é integral e visa a libertação de todo o ser humano
Para a nossa orientação, então, nunca é demais usarmos como referência bíblica o evangelho de Mateus 4:23-25.
Percorria Jesus toda a Galiléia ensinando nas sinagogas.
Percorria Jesus toda a Galiléia pregando o evangelho do reino.
Percorria Jesus toda a Galiléia curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.
Diante disso, temos da parte de Cristo, a promessa de que “as portas do inferno não prevalecerão contra” (Mateus 18) a igreja do Messias. Se essa premissa serve como conforto para todos nós, como Igreja de Cristo, por outro lado também é enorme a nossa responsabilidade diante dessas afirmações bíblicas, posto que a “porta” como instrumento de defesa, não conseguirá em nenhuma hipótese, impedir o avanço do Reino de Deus iniciado em Cristo e evidenciado pela igreja até aos nossos dias e eternamente. Nós devemos avançar e evidenciar os sinais visíveis do Reino no mundo, até que Cristo venha novamente... Ensinar, pregar e curar!
Quanto maior o privilégio da igreja, maior a sua responsabilidade. Portanto, irmãos e irmãs, mãos à obra até que o Cristo Venha.

Saulo de Almeida

sexta-feira, 4 de março de 2011

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Você foi criado para apoiar os outros através do seu serviço!

Publicado no boletim n 2539 em 27 de fevereiro de 2011.

A notícia esportiva mais comentada nas últimas semanas foi a aposentadoria do jogador de futebol Ronaldo, conhecido como o Fenômeno. Maior artilheiro de todas as Copas, eleito o melhor do mundo duas vezes, e admirado por todos os amantes do futebol, Ronaldo inscreveu o seu nome no rol dos jogadores eternos. Além disso, ganhou a simpatia de certos setores da sociedade ao anunciar a criação da Fundação Criando Fenômenos, uma organização não-governamental de apoio a crianças que queiram desenvolver seu potencial esportivo.
Assim como Ronaldo, mas em escala menor, muitos têm dedicado parte de seu tempo e de seu dinheiro ao serviço aos outros. Esta é a idéia de voluntariado, tão divulgada em nossos tempos. O interessante é que o voluntariado é um conceito cristão! Ao invés de simplesmente aproveitar a vida, Deus nos criou para doar o que temos e somos para que a vida ganhe sentido. Esta é a essência do quarto propósito de Deus para a Igreja e para a sua vida: você foi criado para apoiar os outros através do seu serviço!
A Bíblia fala sobre isto no capítulo 12 da primeira carta de Paulo aos Coríntios: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (I Coríntios 12.7). Segundo o apóstolo Paulo, você e eu somos membros do corpo de Cristo, e cada um de nós tem um espaço insubstituível a ocupar. O seu apoio, o seu suporte, o seu serviço, o seu ministério: isto é algo que só você pode dar. Diz um provérbio dinamarquês: “o que você é é um presente de Deus para você; o que você faz consigo mesmo é um presente de você para Deus”. Que presente você está oferecendo ao Senhor?
Talvez você diga: “mas outras pessoas podem fazer melhor do que eu!”. Isto não é verdade. Todos os membros têm igual importância para o corpo. Segundo a Bíblia, até mesmo “os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários” (I Coríntios 12.22). Quando você apóia os outros através do seu serviço, quando transforma os dons que Deus lhe deu em ministérios, o corpo de Cristo é edificado por meio da sua vida de uma forma que só você poderia fazer.
E como descobrir em que área você pode servir aos outros e a Deus? Rick Warren diz que Deus lhe criou com uma FORMA especial para o serviço. A sua Formação espiritual reúne os dons que o Espírito Santo lhe concedeu. As Opções do seu coração são aquelas coisas que lhe entusiasmam. Os seus Recursos pessoais são aquelas habilidades que você descobriu que tinha durante a vida. O seu Modo de ser é a sua personalidade. As Áreas de experiência reúnem tudo aquilo com o que você já trabalhou ou tudo pelo que passou até agora. A soma destes elementos é a FORMA com que Deus constituiu sua vida, capacitando-o para o exercício de seu ministério.
Você foi criado para apoiar os outros através do seu serviço! Como tem sido este seu apoio? Em que áreas você têm servido? O que você vai fazer para Deus e para os outros neste ano? Que Deus nos abençoe e faça de cada um de nós verdadeiros servos, para a glória do Seu nome e edificação do corpo de Cristo!

Rev. Christian Bitencourt

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Você foi criado para amadurecer no seguimento de Cristo!

Publicado no boletim n 2538 em 20 de fevereiro de 2011.

A maior parte de nós adora crianças. O jeito desengonçado de elas andarem, correrem e falarem nos provoca risos de satisfação. Até mesmo quando fala ou faz algo num momento pouco apropriado, uma criança é bem-vinda e acolhida. No entanto, um adulto que se comporta como criança no dia a dia é algo que beira o ridículo. As mesmas palavras e ações que achamos uma gracinha quando feitas por crianças, são insuportáveis quando cometidas por um adulto. A razão disto é óbvia: em função do inevitável desenvolvimento do ser humano, todos nós devemos crescer!
Isto está diretamente conectado ao terceiro propósito de Deus para a sua vida: você foi feito para amadurecer no seguimento de Cristo! Não existem Peter Pans na vida real. Deus não quer que você seja uma eterna criança espiritual. Ao contrário, Ele quer que você amadureça. O apóstolo Paulo ensina isso em sua carta aos Efésios. Segundo ele, Deus deseja “que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro”. O que Ele espera de nós é que, “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4.14,15).
Deus criou você para ser semelhante a Ele. A Bíblia diz que, quando decidiu criar o ser humano, Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) disse para si mesmo: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1.26). O plano de Deus para nós é que todos “cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13). Você foi feito para se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo! O nome disso é discipulado ou seguimento. O discípulo de Jesus, aquele que segue a Cristo, deseja amadurecer para tornar-se cada vez mais parecido com o Mestre.
E quais são os passos para que possamos amadurecer no seguimento de Cristo? O primeiro passo é a decisão. Assim como os discípulos de Jesus, ao ouvir o chamado do Mestre, responda “sim, eu decido seguir o Senhor”. O segundo passo é a entrega. Seguir a Jesus Cristo é desistir de fazer as coisas do nosso próprio jeito, e submeter tudo a Deus. O terceiro é o aprendizado. Quanto mais aprendermos da Palavra de Deus, mais nós cresceremos em direção a Jesus. O quarto passo é a imitação. Amadurecer no seguimento de Cristo é imitá-lo, seguir os seus passos, agir como ele agiria. Por fim, o último passo é o serviço. Se você realmente quer ser como Jesus, então precisa ser um servo assim como ele foi.
Você foi criado para amadurecer no seguimento de Cristo. Por isso, pare agora mesmo de agir como uma criança espiritual. Deus lhe convida ao crescimento, ao amadurecimento. Deus lhe convida a ser como Jesus Cristo é. Para glória do Seu Nome e para a edificação das nossas vidas. E que o próprio Deus nos abençoe neste propósito!

Rev. Christian Bitencourt

domingo, 13 de fevereiro de 2011

DIA DA MULHER PRESBITERIANA

Na Igreja Presbiteriana do Brasil todo segundo domingo de fevereiro é comemorado o DIA DA MULHER PRESBITERIANA.


Você foi criado para acolher e ser acolhido na família de Deus!

Publicado no boletim n 2537 no dia 13 de fevereiro de 2011.

Ninguém gosta de se sentir sozinho. É verdade que, às vezes, os momentos de solidão têm o seu lugar: eles nos ajudam a olhar para nós mesmos e, assim, ter a concentração naquilo que é necessário. Mas ninguém, em condições normais, suporta a solidão contínua. Este sentimento é fácil de explicar: ninguém foi criado por Deus para ficar sozinho. Ao contrário, Deus nos fez para nos relacionarmos uns com os outros, para sermos interdependentes. Este é o segundo propósito da sua vida: você foi criado para acolher e ser acolhido na família de Deus!
Não há dúvidas que as nossas famílias, muitas vezes, nos pregam peças.
Lá as nossas máscaras caem, pois somos confrontados com a realidade e todos sabem quem somos de verdade. Mas apesar disto, e talvez exatamente por isto, a família é fundamental para a nossa existência. E você foi criado para fazer parte de uma família ainda mais fundamental que a terrena: a família celestial. Por isso, Deus quer que você seja parte ativa da Sua família: acolhendo a todos e sendo acolhido também.
Acolher e ser acolhido são a essência da palavra comunhão. Quando vivemos em comunhão, tornamo-nos parte da mesma história, do mesmo projeto, da mesma família. Como ensina o pequeno Salmo 133, a comunhão provoca três conseqüências em nossa vida. Primeiro, passamos a ter uma existência mais agradável, pois sabemos que não estamos sozinhos. Segundo, somos santificados e consagrados para a família de Deus, assim como o óleo consagrava o sacerdote. Terceiro, somos abençoados pelo Senhor, pois ali, em meio à comunhão verdadeira, “o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre”.
Fazer parte da família de Deus é algo que vai além das relações naturais. A família de Deus é o próprio corpo de Cristo, a Sua Igreja. Há algo de muito divino quando, por meio do Espírito Santo, podemos nos acolher uns aos outros em uma mesma família. Não é à toa que esta expressão, “uns aos outros”, apareça mais de cinqüenta vezes no Novo Testamento. Isto indica que o princípio básico da comunhão é a mutualidade. Você foi feito para amar aos outros e ser amado mutuamente.
É neste espírito de comunhão mútua que Paulo nos dá muitas dicas em Romanos 12.9-21: ame sem hipocrisia, compartilhe as necessidades, seja hospitaleiro, alegre-se com quem se alegra e chore com quem chora, tenha o mesmo sentimento que os outros, e esforce-se por fazer o bem. Mais do que isto, “não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Isto é viver em comunhão. Isto é acolher e ser acolhido na família de Deus. Isto é o propósito de Deus para a sua vida.

E que Deus nos abençoe!
Rev. Christian Bitencourt

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Você foi criado para adorar a Deus!


Publicado no boletim n 2536 em 06 de Fevereiro de 2011

Você não está aqui por acaso! Este é o tema da série de mensagens que começa hoje, no culto vespertino. Se você acha que sua vida não faz sentido, que vive apenas por viver, sem uma direção e um propósito, você vai perceber que está muito enganado: Deus planejou cuidadosamente a sua vida, muito antes de você nascer, dando-lhe um sentido único e insubstituível. E o primeiro propósito de sua vida é este: você foi criado para adorar a Deus!
Este é um assunto recorrente nos escritos do apóstolo Paulo, especialmente no primeiro capítulo de sua carta aos Efésios. Segundo ele, antes mesmo de ter criado o mundo, Deus já havia planejado criar você “para o louvor da glória da sua graça” (Ef 1.6). Este é um dos objetivos maiores de nossa vida: nós fomos feitos por Deus “a fim de sermos para o louvor da sua glória” (Ef 1.12). A glória de Deus é a própria maneira de ele existir. Tudo o que ele faz é glorioso. Sendo assim, nós fomos criador para louvar a Deus em todas as suas dimensões e atributos. Fomos criados para adorá-lo.
Mas o que é a adoração? Automaticamente associamos adoração à música ou ao culto. Entretanto, a adoração é muito mais do que isso. Adoração é um estilo de vida, a partir do qual decidimos que agradar a Deus é o que há de mais importante neste mundo. De modo simples, podemos afirmar que adorar a Deus é conhecê-lo, amá-lo e fazê-lo feliz.
Quando decidimos conhecer a Deus, e nos aprofundamos neste conhecimento, entramos no caminho da adoração. Orar, ler a Bíblia, meditar, ouvir a voz de Deus, todos estes exercícios de conhecimento divino são formas de ingressar na adoração do Pai. Da mesma maneira, quando passamos a amar a Deus com todo o nosso coração, alma, entendimento e força, expressamos o verdadeiro significado da adoração. Conforme ensinou Jesus, amar a Deus é o principal dos mandamentos (Marcos 12.30). Por fim, nós adoramos a Deus sempre que o fazemos feliz, através de nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações. Guarde isso em seu coração: adorar a Deus é fazê-lo feliz.
Você acha que a sua vida tem trazido felicidade ao coração de Deus? Acredite: você foi criado para isso! É como ensina o nosso bom e velho catecismo, que começa com a seguinte pergunta: “qual é o fim principal do homem?”. A resposta é direta: “glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Esta é a verdade, simples e clara. Eu e você fomos criados para adorar a Deus, para o louvor da sua glória, para fazê-lo feliz e, assim, encontrar o caminho de nossa própria felicidade.
E que Deus nos abençoe!
Rev. Christian Bitencourt

DIA DO HOMEM PRESBITERIANO

O Dia do Homem Presbiteriano foi criado em setembro de 1966 quando na cidade de Campinas, São Paulo, realizou-se o 1º Congresso Nacional dos Homens Presbiterianos, sendo escolhido o primeiro domingo do mês de fevereiro a data para a comemoração.


O moto oficial da União Presbiteriana de Homens (UPH) é "Confiança em Jesus, entusiasmo na ação, união fraternal".

domingo, 30 de janeiro de 2011

VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI POR ACASO

Publicado no boletim n 2535 em 30 de janeiro de 2011.

Em algum momento de sua existência, você já sentiu que sua vida perdeu o propósito? Em momentos assim, nossa caminhada parece ser uma sucessão de eventos, sem sentido e importância. Segundo Rick Warren, a maioria das pessoas luta com as três questões básicas da vida. A primeira é a da identidade: “quem sou eu?”. A segunda é a da importância: “minha vida significa alguma coisa?”. A terceira é a do impacto: “qual é o meu lugar neste mundo?”. Na verdade, creio que podemos resumir estas questões numa pergunta básica sobre o propósito de nossa vida: “eu vim a este mundo para quê?”.
Para muitas pessoas, nós estamos neste mundo por acaso. Para elas, nossa vida carece de identidade, de importância, de impacto, de propósito carece de sentido. Por isso, o melhor que cada um deve fazer é aproveitar a vida da maneira como quiser, sofrendo as conseqüências dos seus atos. Afinal de contas, não trouxemos nada para esta vida e nem vamos levar nada dela. Mas será que é assim mesmo?
Acredite: você não está aqui por acaso! Assim como Davi, você foi feito para “servir à sua geração segundo os propósitos de Deus” (Atos 13.36). Estes propósitos estão revelados na Palavra de Deus, a bússola que nos orienta em cada passo de nossa vida. Podemos resumir estes propósitos em cinco palavras começadas com a letra A: Adorar, Acolher, Amadurecer, Apoiar e Alcançar.
Você foi feito para adorar a Deus, agradando-o com sua vida. Você foi criado para acolher a todas na comunhão da família do Pai. Você foi moldado para amadurecer no conhecimento de Deus, tornando-se cada vez mais semelhante a Cristo. Você foi planejado por Deus para apoiar a todos os que carecem de seu serviço. E, por fim, você foi formado para alcançar os outros para Jesus Cristo.
Nos próximos cinco domingos, nós vamos falar sobre cada um destes propósitos. Se você quer entender qual é o sentido de sua vida e desta Igreja, não perca nenhum dia. Além disso, traga seus amigos e familiares e apresente a eles esta poderosa mensagem da parte do Pai: você não está aqui por acaso Deus tem uma missão para você!

Que Deus nos abençoe!
Rev. Christian Bitencourt

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

TEMPESTADES E TRAGÉDIAS

Publicado no boletim n 2534 em 23 de janeiro de 2011.

Atônitos, ligamos a TV e assistimos as cenas da tragédia. Não são poucas as vezes em que as lágrimas rolam sobre o rosto. Quando escrevo este texto, há a confirmação de 750 mortos na região serrana do Rio de Janeiro, em virtude das tempestades que assolaram a região. Além disso, há mais de 300 pessoas desaparecidas, o que pode tornar ainda pior o retrato da situação. Tenho recebido relatos de pastores amigos, de Petrópolis e Nova Friburgo, sobre famílias inteiras de fiéis que perderam suas vidas, além dos muitos irmãos que perderam seus bens materiais. Diante deste quadro, uma pergunta é inevitável: por que Deus permite tragédias como esta?
Hoje e no próximo domingo, nos cultos vespertinos, meditaremos a respeito deste tema: Tempestades e Tragédias agindo em meio ao sofrimento. É tempo de voltarmos os nossos olhos para a Palavra de Deus e buscarmos nela as respostas para estas questões. Isto é vital para mim e pra você. Afinal de contas, todos nós estamos sujeitos a tragédias pessoais, ainda que num grau muito menor do que a dos irmãos assolados pelas tempestades.
Talvez Jó seja o personagem bíblico mais associado à questão do sofrimento. Sua vida é um sinônimo de tragédia. A maldade do ser humano e as catástrofes naturais levaram embora suas riquezas, seus filhos e sua vontade de viver. No entanto, “em tudo isto não pecou Jó com seus lábios” (Jó 2.10). O final da história é de redenção e alegria.
Jó nos ensina algumas atitudes importantes que devemos tomar em meio às crises que se apresentam diante de nós. Primeiro, é preciso agir de maneira diferente daqueles que não conhecem a Deus. Enquanto os outros se desesperam, nós nos mantemos firmes na esperança. Segundo, é preciso buscar a compreensão do propósito de Deus com tudo isto. Mais importante que saber o porquê, é entender o para quê: o que Deus quer com esta situação? E terceiro, é preciso reconhecer que Deus está no controle de tudo. Nada escapa ao domínio do Deus Todo-Poderoso. Ele é o Senhor sobre as pequeninas aves do céu e sobre as terríveis tempestades. Ele está atento a tudo, e cuida de nós.
Se, assim como eu, você ficou chocado com esta que é maior tragédia natural que já se abateu sobre o Brasil, venha hoje à noite e no próximo domingo para ouvirmos o que Deus tem a nos dizer sobre isso. Traga seus familiares e amigos e faça disto uma oportunidade de consolo e aprendizado. E lembre-se sempre disto: seja qual for o tamanho da tragédia, ela pode ser transformada em bênçãos para as nossas vidas!

Que Deus nos abençoe!
Rev. Christian Bitencourt

domingo, 23 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Refletindo sobre a nossa misão/vocação

Publicado no boletim n 2533 em 16 de janeiro de 2011.

Acho maravilhosa a seqüência de raciocínio do evangelista João ao referir-se à vocação/missão que nos foi dada por Deus.
Em João 3.16: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho único, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. O evangelista mostra de forma inequívoca o grande amor de Deus ao enviar Seu filho para doar a vida em favor da raça humana. É o Pai que envia o Seu Filho para o início da construção do Reino de Deus entre nós. Encarnação. Deus feito gente para salvar o homem, resgatar a vida, dar esperança!
Em João 20.21: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. O escritor bíblico constrói, a partir da fala de Jesus, uma seqüência continuada da missão do Pai ao Filho e do Filho aos seus discípulos (Igreja de Cristo). Percebam: da mesma maneira como o Pai lhe enviara, Ele, Cristo, naquele momento (pós-ressurreição), nos enviava também! Apenas para nos provocar, pois já temos a resposta: qual o propósito deste mandado (envio)? E a resposta não é outra, senão: darmos continuidade ao que Cristo começou até que Ele venha novamente! Essa é a função maior de nossa vida, irmãos e irmãs!
A missão, então, está muito clara para todos nós: evidenciarmos os sinais visíveis do Reino de Deus no mundo. Esse ministério (serviço/vocação) é integral, pois o público alvo deve ser atendido em sua inteireza. O evangelho necessita não apenas de apresentação, mas também de vida (não se esqueçam da encarnação).
A responsabilidade que nos impõe o chamado de Cristo sugere a tensão constante entre sermos a agência do Reino de Deus, mas não acharmos que somos os únicos cobertos por essa soberania. Somos parte do Reino, mas não somos o Reino. Deus age quando, como e onde quiser. Não somos o mundo. A plena identificação com o mundo pode nos tornar mundanos e desobedientes a Deus contrariando a Sua vontade. Somos uma parte do mundo que acolheu o Reino de Deus, mas a serviço de toda a terra na transformação do caos...”vóis sois o sal da terra e a luz do mundo”. Como esse projeto de Deus é lindo!
Com humildade e arrependimento peçamos a Deus que nos envolva em sua obra missionária e da mesma forma como o Pai enviou o Filho e, o Filho nos enviou, enviemo-nos e enviemos muitos para a construção do Reino e obediência a Deus. Ao senhor da nossa história, a dedicação de nossa vida!

Rev. Saulo Marcos de Almeida

A travessia da vida (Lucas 24:13-25)

Publicado no boletim n 2532 em 09 de janeiro de 2011.

Disse muito bem Guimarães Rosa: “O fundamental na vida não é ponto de partida nem a chegada, mas a travessia”. O termo bíblico equivalente para travessia pode ser caminho, tantas vezes encontrado nos evangelhos e tão explícito no movimento do povo de Israel no deserto, nas experiências de exílio etc. Lembram-se dos discípulos no caminho de Emaús após a ressurreição? Pois bem, somos chamados a trilhar/atravessar a dura caminhada/travessia da vida.
Como podemos fazer isso? Qual deve ser a compreensão dessa travessia que Deus nos permite vivenciar? De que forma esse caminho deve ser realizado?
A primeira coisa que registro é que, nessa travessia, não devemos ter a pretensão de chegar a algum lugar. Em outras palavras: não devemos nos iludir achando que já chegamos em algum alvo final. Deus nos possibilitou uma aspiração inata que nos convoca a irmos sempre além do limite conquistado. Os discípulos de Emaús criam que a vida acabava por ali. O mestre não voltou, a esperança acabou. Até que o próprio Cristo se apresenta e lhes faz ver a possibilidade de que a vida continuava e a esperança não estava no passado, mas, sobretudo, no futuro...a vida continuava.
Num segundo momento, a travessia feita em meio às contradições constantes que marcam a existência humana, reserva-nos apenas alguns momentos de felicidade. A alegria integral no decorrer da vida nunca é possível! Não me interpretem mal: Cristo é a nossa verdadeira felicidade e veio para nos conceder vida em abundância. Mas creiam irmãos e irmãs: não estamos isentos das intempéries que marcam nossa caminhada, mesmo sendo cristãos. Corram os olhos e o coração pela Bíblia e verão que os crentes do passado, a despeito da fé que possuíam, sofreram todo tipo de necessidade, sofrimento e dor. A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
A travessia da vida possibilita-nos também o encontro pessoal e verdadeiro conosco mesmos, com o próximo e com Deus. Mas como é difícil esse encontro primeiramente com a nossa interioridade (subjetividade)? Encontrar-se conosco requer muita coragem, pois é preciso “mudar aquilo que interiormente não aceitamos”, como passível de mudança. Nossa estultícia (crença errada de que somos capazes de suprir nossas necessidades, sejam quais forem), nos impede de vermos nossos erros e, o que é pior transferimos esses erros sempre para o outro. O pecado nunca é meu, eu estou sempre certo! Como se encontrar com o próximo se tantas vezes ele se nos apresenta como o “inferno” indesejado da minha vida, como dizia Sarte (filósofo existencialista). Construímos condomínios, aumentamos nossos muros, sempre no intuito de nos afastarmos do incômodo do próximo. Lembrem que Cristo, na travessia para Emaús, caminha com seus discípulos até a ponto de partir o pão da comunhão, momento em que seus olhos são abertos. Isso deve ser significativo para nós, não é mesmo? Encontro com Deus que independe do que somos e fazemos. Ele está sempre a nossa procura chamando-nos pelo nome e esperando a nossa participação efetiva na construção do Reino de Deus.
É isso aí, irmãos e irmãs, muita esperança para todos nós na dura e difícil travessia da vida em 2011. Deus nos abençoe!

Rev. Saulo Marcos de Almeida