domingo, 21 de novembro de 2010

ESPIRITUALIDADE E CIDADANIA

Publicado no boletim n 2525 em 21 de novembro de 2010.

O tema em questão é emergente em nossa sociedade e em todo o mundo contemporâneo. Também se trata de uma ação de responsabilidade social que a Igreja Presbiteriana do Brasil há anos desenvolve em sua caminhada com o propósito de contribuir na construção de uma cidadania integral em prol de uma sociedade mais humana e solidária.
Para tanto, é de consenso que a transformação da desajustada, confusa e violenta situação de nossas cidades, passa pela forma como os cidadãos se relacionam com o próximo e com o meio em que vivem, permitindo à consciência plena de seus direitos e deveres. Sabe-se que, desde a Grécia Antiga, não há exercício efetivo da cidadania sem que homens e mulheres de uma “polis” /cidade reconheçam suas garantias no interior da sociedade em que estão inseridos. Somente nesta direção, é que se tornam seres políticos, portanto, históricos, inconformados com a situação, por vezes construída à revelia ou manipulada, e que se apresenta como pronta e acabada.
É responsabilidade de a igreja levar a pessoa a uma dimensão de vida cidadã, comprometida consigo mesmo e com o próximo, parte integrante da sua existência comum. Em outras palavras: não basta ao cidadão conhecer seus direitos, ou apenas saber reivindicá-los para o bem de toda a comunidade é preciso que haja ferramentas e equipamentos inovadores capazes de vencer a burocracia estatal, melhorar a qualidade dos serviços ofertados, potencializar os recursos existentes, financeiros e materiais, e motivar o cidadão a fazer uso de tudo que o Estado disponibiliza para seu conforto e segurança levando-o a deixar o individualismo e o isolacionismo em que se colocou.
Neste ideal de cidadania se desperta a sociedade para que, integrados em torno de um mesmo fim, construa-se uma prática cidadã inclusiva e responsável criando, assim, uma cultura diferenciada.
A cidadania pretende ter desdobramentos concretos nos relacionamentos de todos os que moram perto uns dos outros: moradores, trabalhadores, comerciantes, empresários, a fim de se construir uma educação integral que possibilite modificar comportamentos e construir uma cultura alternativa para uma vida socialmente harmoniosa.
A maior revolução que uma nação pode fazer é a revolução do conhecimento, pois apenas o conhecimento iluminará os homens e mulheres em sua luta pelos ideais de liberdade, igualdade e justiça. Mas, esse conhecimento, deve estar aliado à vida e esta, posta em movimento, na direção da melhoria da saúde, educação, meio ambiente, segurança, moradia, bem-estar, entre outros. A responsabilidade CIDADÃ é resultado da informação e do conhecimento que nos é acessível por meio da educação e, como cristãos que somos também por meio de nossa fé concreta de amor a Deus e ao próximo.

Rev. Saulo Marcos de Almeida

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