terça-feira, 13 de julho de 2010

ORAÇÃO: ENCONTORS E DESECONTROS

Publicado no boletim nº2507 em 11 de julho de 2010.


Até quando, senhor? Até quando clamarei eu e Tu não me escutarás? Até quando esquecerás de mim? Para sempre? Sl 13.1 e Hc 1.1
Quando as coisas não vão bem, o que agente deve fazer? Orar. Este raciocínio acompanha a quase todas as pessoas, independentemente da sua religiosidade. Gente de dentro ou de fora das igrejas sabe que quando a coisa “aperta” é hora de procurar por um deus, seja da forma que for. Corrente de oração, campanha das não sei quantas semanas, mandingas, despachos, simpatias, tudo vale, pensam. Há uma explicação pra isso. O ser humano tem necessidade absoluta de Deus. Foi João Calvino que disse que quando não buscamos ao Deus Eterno, na pessoa de Cristo Jesus, nosso Salvador, estaremos sempre adorando a um deus qualquer, ainda que seja a nós mesmos.
Aí está, portanto a razão de vermos, a todo tempo, gente pedido oração por quase tudo nessa vida. Tudo é motivo pra pedir ajuda a Deus. E não há, absolutamente, nada de errado nisso.
A grande questão é que orar não depende apenas de quem ora, mas também de para quem se ora. Ambas as partes, a pessoa e Deus, devem estar de acordo para que a oração tenha efeito. A Bíblia diz que quem busca a Deus (em oração) O encontra. Diz ainda que quem pede, recebe; quem bate na porta ela se abre. Se não vejamos: quem busca, pede e bate o faz a alguém que por sua vez se deixa encontrar, dá e abre [a porta]. Um é o que pede e Outro é o que dá. Um é o ser-humano o Outro é Deus. Portanto, oração é isso: duas pessoas falando sobre uma mesma coisa que um quer e que o Outro tem. E é necessário um acerto de ambos para que o que quer receba daquele que tem e dá. Não adianta outro caminho, senão o do acerto, da concordância, sobretudo de quem tem, e pode dar ou não. Não há espaço para a imposição do ser-humano tomando o lugar de Deus nesta relação.
Outra questão importante é que em alguns casos Deus não ouve, não responde e não se lembra de quem pede. E também aqui, não há, absolutamente, nada de errado nisso. Tendo como base os dois textos citados acima, os quais eu lhe motivo a ler antes de orar, quero sugerir algumas dicas que podem nos ajudar a orar mesmo quando Deus se recusa a responder.
1.Deus, por vezes fica em silêncio. E isso não quer dizer que ele deixou de ter poder ou que seja culpa nossa Ele não nos ouvir;
2.Orar ao Eterno é sempre bom. Mesmo que ele não responda. Orar é vivenciar a experiência da comunhão e do relacionamento com Deus;
3.Deus não responde todas as nossas orações porque é Ele e não nós quem sabe o que é, de fato, o melhor pra nós;
4.Quando eu oro e não recebo a resposta eu sou compelido a me aproximar mais de Deus e insistir mais na oração (Lc 11.5-8; 9-13; 18.1-8) e isso é muito bom pra mim;
5.Deus fará justiça aos que clamam dia e noite, embora pareça demorar para atender à oração (Lc 18.7);
6.Pela fé, posso receber o não ou o silêncio de Deus como uma resposta da vontade d´Ele, ainda que não seja a que eu esperava. E a sua vontade é boa, agradável e perfeita (Rm 12.3);

Com carinho, Pr. Marcelo

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