domingo, 25 de abril de 2010

A PROPÓSITO DE TIRADENTES

Publicado no boletim nº 2496 em 25 de abril de 2010.



Uma das coisas que a criança aprende mais rápido, na escola, é quais são os feriados durante o ano. E este é um daqueles aprendizados que dura para a vida inteira! Afinal de contas, não precisa ser criança para ficar feliz com um diazinho em vermelho no calendário numa sexta ou segunda-feira (ou, em alguns casos, na quinta ou terça, seguidas da famosa “emendada”...). Feriados são pausas para respirar durante o ano, e motivos de celebração.


Na semana passada, tivemos um destes casos. O feriado de Tiradentes. Uma história já muito conhecida, desde a infância. A Inconfidência Mineira, movimento liderado por Tiradentes em fins do século XVIII, tentou implantar a república no país, libertando o Brasil dos laços com Portugal. Ao final, por causa da traição de um dos inconfidentes, resultou apenas em prisões, deportações e morte.


Não é à toa que Tiradentes é pintado com longas barbas e madeixas revoltas, em semelhança com a iconografia de Jesus Cristo. São muitos os pontos de contato com a história de Nosso Senhor. A luta por libertação, um pequeno grupo de homens promovendo um movimento, a traição por dinheiro, e uma execução em praça pública. As semelhanças, entretanto, param por aí.


Enquanto a morte de Tiradentes representou o fim da Inconfidência Mineira (e selou o silêncio da luta pela república por cem anos), a morte de Jesus Cristo marcou o início do crescimento de uma poderosa e avassaladora mensagem: o evangelho. A morte de um gerou o silêncio, a morte do Outro gerou a Palavra. Esta grande diferença resulta do fato de que a forca de Tiradentes foi a sua derrota. A cruz de Cristo, no entanto, foi sua vitória. Vitória que abriu as portas para a Ressurreição, a Páscoa, a derrota final da morte.


A libertação pela qual Tiradentes lutava era justa, porém meramente humana. Seu alcance era tão frágil quanto frágeis são os homens que a constroem. Ainda que fosse alcançada um dia, outras formas de opressão humana surgiriam (e a história do Brasil mostra isso claramente). A libertação oferecida por Jesus, no entanto, supera todas as amarras da limitada condição humana. Por meio de Suas morte e ressurreição, nós temos acesso à verdadeira vida, livres do pecado e da morte. A libertação que Cristo nos dá é a liberdade que pertence ao próprio Deus. Esta é a diferença crucial entre as histórias. Tiradentes foi um grande homem, sem dúvida; digno de nossa lembrança e exaltação. Jesus Cristo, porém, foi muito mais que isso. Jesus Cristo é muito mais que isso. Ele é o Deus feito homem, a razão de nossa existência e redenção. O verdadeiro Libertador. Ele não é só uma história triste relembrada em feriados. Ele está vivo, hoje, ao nosso lado, assim como prometeu.


Vamos celebrar a Jesus Cristo, então! Vamos bendizê-lo por tão grande salvação! Vamos louvá-lo por ter libertado nossa alma, do tamanho de um país, e nos reconciliado com o Pai! E façamos isto hoje, juntos, para honra e pra glória do Seu nome!



Rev. Christian Bitencourt

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