domingo, 6 de dezembro de 2009

HAJA ESTÔMAGO!

Publicado no boletim nº2476 de 06 de dezembro de 2009.

“Pai, quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o teu sangue que nos purifica. Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas. Nós precisamos da Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar essa guerra. Acima de tudo, Senhor, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha”.

“A “oração” que o deputado distrital e corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal fez pelo corrupto Durval Barbosa é de uma canalhice sem tamanho na história do evangelho brasileiro.”

“Pra quem não conhece, o deputado Júnior Brunelli [quem fez a oração acima e que em outro vídeo foi flagrado recebendo dinheiro de propina] é pastor e filho do "apóstolo" Doriel de Oliveira, proprietário da Igreja Casa da Bênção.”


A tragédia foi mais que anunciada. Já não nos assusta nem mais isso. É depressivo ver o nosso estado quando olhamos coisas assim. Talvez seja o caos total. O fim. Prova disso é que não se pode imaginar algum extremo que realmente nos impressione, quando o assunto é roubalheira, corrupção ou outros crimes envolvendo pastores ou líderes evangélicos. Pense comigo: você se assustaria se uma igreja fosse achada como depósito de mercadorias ilegais apreendidas pela polícia federal? Eu não. No máximo, lamentaria. Você se sentiria constrangido se alguém lhe dissesse que viu, em rede nacional, um grande líder evangélico ser preso, e algemado, compondo uma quadrilha de traficantes e assassinos? Eu não. Infelizmente, não. Não há mais extremos do absurdo em que se pensar para se usar de comparação. A realidade é mais cruel. Mais triste do que qualquer suposição ou obra de ficção. A propósito, não temos que nos impressionar com a ficção (filmes, novelas ou outras obras). Já foi o tempo em que podíamos pensar que elas exerciam má influência sobre os ditos cristãos evangélicos. Hoje, a ficção é que é má influenciada por estes. Os autores apenas retratam a realidade, que é má, de forma mais popular e inteligível à grande massa. Quero, entretanto, como pastor protestante há quase duas décadas levantar minha voz diante do rebanho que o Senhor conferiu aos meus cuidados pastorais e dizer: Não aceito isso! Repudio com toda força e indignação que há em mim qualquer forma de identificação com esta gente. Não sou e não somos evangélicos como estes outros. Não estamos buscando em Deus a bênção para fazer o mal. Não somos instrumentos para estender a corrupção e a desgraça moral pelo nosso bairro, nossa cidade ou nosso País. Não queremos em nossas vidas estas bênçãos cujos “instrumentos” são profanos e envergonham descaradamente nossa nação. Não deixaremos de nos relacionar com gente corrupta e pecadora. Não se trata de isolarmo-nos do mundo. Pelo contrário, queremos pessoas com todos os defeitos e debilidades que tenham. Sejam físicas, morais ou até mesmo de caráter. Nós mesmos temos nossos defeitos a serem tratados. A diferença que que não abrimos mão de ser Luz e Sal. Queremos ser pessoas na instrumentação de Deus para transformar o mundo e melhorar as pessoas. Fico com a oração de Jesus em favor dos seus discípulos:“Pai... Não peço que os tires do mundo, mas que os preservem do Mal”.

Rev. Marcelo, em 03 de dezembro de 2009

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