sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

BOM PRA VOCÊ, RUIM PRA MIM uma reflexão sobre o bom senso


Quero então refletir sobre o que chamamos de bom senso. Expressei-me dessa forma porque provavelmente eu e você não tenhamos a mesma opinião sobre um pensamento, uma idéia ou um comportamento. Por isso o que você chama de bom senso eu posso chamar de inconveniente, de abuso ou até mesmo de desrespeito. Da mesma forma, expressões gritos, sorrisos ou até alguma forma de tratamento (apelido, por exemplo) que eu utilize com você, sem que eu saiba pode causar-lhe alguma insatisfação. Isso porque o que é bom senso para um nem sempre é bom senso para o outro.

Como então lidar com esta situação? Sobretudo na Igreja que é um lugar onde se juntam pessoas com costumes totalmente diferentes trazidos dos seus lugares de origem: região, casa, grupo de amigos, ou até mesmo grupos religiosos.

Para ser mais claro, eu não posso utilizar com as pessoas da Igreja, nos momentos sociais palavras como eu as utilizo num estádio de futebol, ou me dirigir aos irmãos como eu me dirijo aos amigos da rua ou aos funcionários da empresa onde trabalho. Ou ainda falar com todas as pessoas como eu falo com meus familiares na mesa na hora da refeição.

Ouve-se muito como justificativas expressões como: “Não liga, ele (ou ela) é assim mesmo, não tem jeito, não!” ou então: “Eu sou assim mesmo e não vou mudar, esse é o meu jeito de falar e pronto”. Tudo isso acontece porque temos dificuldade de respeitar os limites do outro e os limites do ambiente onde nos encontramos.

Lembre-se sempre: O bom senso comunitário é sempre mais exigente do que o meu próprio. Isso pode nos ajudar a respeitar melhos os limites do outro. Quando falo assim, não me refiro somente à forma de falar. Sem dúvida, esta é a principal, pois como repete o jargão popular “uma palavra pode machucar mais do que uma palmada”. Todavia, devemos lembrar também dos limites nos gestos e comportamentos que temos com relação ao outro e à comunidade. Ambientes impõem limitações. Como já disse não posso nem ir vestido a um campo de futebol tal qual vou a um teatro, não posso me comportar na igreja, como se estivesse em casa ou no cinema, e assim por diante.

Outra questão igualmente delicada e grave é a chamada “brincadeira”. Provérbio já nos adverte sobre isso: Assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira. (Pv. 26.19) Aqui o que está em jogo é o limite do outro enquanto pessoa humana. E a questão fica ainda mais perigosa quanto nestas “brincadeiras” há algum tipo de contato físico.

Devemos lembrar que não é nada fácil alguém dizer para o outro você exptrapolou. Ainda que seja esta a sua função (um diácono, ou um pastor). É sempre muito desagradável chamar a atenção de alguém. Por isso lembre-se de que não é porque ninguém chamou a sua atenção por algum comportamento que significa que ele seja correto ou que você (ou eu) não precisamos mudá-lo.

Visando o crescimento nossa como comunidade sugiro um combinado de duas atitudes: (2) não sejamos muito diferentes da maioria das pessoas; (2) tenha como limite do outro a forma como ele se comporta com você. assim você dificilmente ultrapassará o seu limite.

Que o Senhor nos ajude, Pr. Marcelo


Publicado no Boletim IPE em fevereiro de 2008

Um comentário:

Flavio Antonio Soares de Sousa disse...

Uma reflexão que vai fundo no coração e sobretudo na alma!