domingo, 25 de maio de 2008

50 ANOS – E AGORA?

Publicado no Boletim nº 2396 no dia 25 de maio de 2008.


Chegou o grande dia. A data de hoje (25/05/2008) culmina todas as outras em que temos festejado as bênçãos do Jubileu Ouro. Há, basicamente, duas formas de olhares que podem ser lançados sobre uma festa como essa: um é o olhar na perspectiva do passado. Aqui as conseqüências são o aprendizado, o júbilo e a sedimentação de nossa identidade a partir daquilo que vivemos. O gozo de sentirmo-nos incluídos em uma história comum a gente tão valiosa e que aos nossos sentimentos são tão caros. Filhos que aqui nasceram; pais que aqui morreram; famílias em cujo altar a igreja deu o chão para os primeiros passos da caminha; outras que viveram aqui a dor da despedida e o esfacelamento de um sonho comum a todos; outras ainda que coroaram 10, 20, 30, ou 60 anos de vida conjugal celebrados no mesmo altar. Enfim, ao olhar o passado nossos olhos umedecem e a alma revive sonhos, alegrias e dores que aqui passamos. E porque sorrimos, pulamos de alegria e choramos a dor da alma juntos. Todos podemos olhar e dizer: muito obrigado, Senhor!

O outro olhar pode ser projetado no futuro. Aqui as conseqüências são esperança, responsabilidade e uma certa dose de apreensão. Porque não podemos apenas olhar e ler as páginas escritas por outros e pela própria vida. A apreensão é porque cada um de nós, ao invés de leitores nos tornamos as próprias canetas que escreverão os dias futuros. Igreja não tem história sem gente dentro. Quando isso acontece ela deixa de ser igreja e vira museu ou monumento. Até mesmo a sabedoria dos adágios populares nos ensina: “quem vive de passado é museu”, e acrescentaríamos, “ e não igreja”.

Como então projetar para a igreja um olhar focado no futuro? Sugiro algumas dicas para uma história que virá, quer queiramos ou não.

1. Olhar com expectativa e desejo. Preferia dizer ambição, mas não tive a audácia. Estou ficando meio comedido em minhas palavras. Mas eu diria isso Baseado no texto sagrado que diz: “abre bem a tua boca que a encherei”, ou ainda quando Paulo fala “dilatei-vos também vós”.

2. Olhar com honestidade em relação ao passado e à própria história. Todos sabemos que história é mestra, mas nem todos temos a disposição de assimilar e aplicar seus ensinamentos. Alguém disse que é muito melhor aprender com os erros dos outros do que com os nossos.

3. Olhar com foco na cooperação. Diferente de um jogo de futebol onde há 22 em campo e milhares torcendo, a igreja não tem torcedores ela tem jogadores. Somos chamados a ser igreja e não a ver a igreja.

4. Olhar com Fé. Não somos convidados a nos engajar em um projeto humano, embora sejam humanos aqueles que os idealizam. A razão é simples. Deus usa “vasos de barro”, ou melhor de carne e osso. Carne que também apodrece e osso que também dói. Mas isso não significa que a obra seja humana, ela é da ordem do sagrado, do divino, portanto devemos esperar que Deus faça a sua parte. Por isso, acreditar, sonhar e se lançar em suas crenças.

5. Olhar o todo do Reino de Deus. A igreja não existe para o bem de seus associados. A igreja não tem como fim agradar aos seus “clientes”. A igreja não é focada em si mesma. A igreja é agende do Reino de Deus no mundo e para o mundo. Focar no Reino é focar nas pessoas, no mundo, e em tudo o que se pode fazer para melhorá-lo.
Deus nos abençoe no ontem, no hoje e em nossos amanhãs.


Parabéns, Pr. Marcelo

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