Publicado no boletim 2389 no dia 06 de Abril de 2008.
No texto citado, Paulo lamenta a forma leviana como a igreja de Corinto participava da ceia do Senhor. O que deveria ser comunhão em torno da mesa, tornara-se divisão do corpo de Cristo... "Nisto, porém que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior”, diz o verso dezessete. O que Paulo observa é que o partidarismo daquela comunidade havia chegado até a partilha do pão e cálice e, enxerga nisso, um enorme prejuízo para o significado daquele momento e a saúde do corpo de Cristo.
Baseando-se, então, na revelação do Senhor (verso 23), mostra a importância da celebração eucarística para o mundo, como uma declaração pública de que a morte de Cristo não poderia cair no esquecimento, daí a riqueza da mediação simbólica do pão e do cálice: “Isto é o meu corpo”, “Este cálice é a nova aliança no meu sangue”. Esta celebração existe como testemunho do que Jesus realizou na vida humana!
Mas, também anuncia a vinda de Cristo e a conseqüente efetivação do Reino de Deus em sua plenitude. Diz o verso 26: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”. Participa-se da mesa, como o texto sugere, com uma enorme esperança de que haverá um banquete novo, ministrado pelo Cristo glorioso.
Por conta da importância dada à Ceia é que o apóstolo critica a participação daqueles irmãos em torno dos elementos ministrados, por isso, nesse sentido, não caberia qualquer louvor/elogio (I Co 11:20-22). Exorta sobre a possibilidade de participação na ceia de forma indigna, leviana. Os elementos, pão e vinho, não possuem valor em si mesmos, mas o significado(sentido) que eles carregam podem ser profanados e, agindo assim, profanamos o próprio Cristo e a obra dEle em nossa vida. Ao reduzir essa significação da ceia em nosso imaginário cristão, o que poderia ser bênção, torna-se condenação: “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor”, trazendo sobre si mesmo juízo e, conseqüentes enfermidades em todo o corpo de Cristo... "Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem”.
Rev. Saulo Marcos de Almeida
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