sexta-feira, 17 de abril de 2009

DOURADO E BRANCO

Publicado no Boletim nº 2442 do dia 19 de Abril de 2009.


Nunca me esqueço de minhas aulas de Liturgia, no Seminário. O nobre e saudoso Rev. Geraldo nos brindava, a cada semana, com preciosas lições a respeito do ajuntamento sagrado que é o culto cristão. Foi lá que aprendi que o culto não é apenas uma experiência de fruição estética, mas é ato de obediência à convocação do próprio Deus Todo-Poderoso.

No entanto, o que mais me encantava eram exatamente as dimensões estéticas do culto. O esmero com que o reverendo nos ensinava que, por ser um culto ao Deus único e verdadeiro, digno de toda honra e glória, este deveria expressar o máximo de beleza que pudéssemos ofertar. Assim, belas deveriam ser as músicas, belas deveriam ser as orações, belos deveriam ser os ornamentos e as cores.

Verde, Roxo, Vermelho, Preto. Um espectro variado a marcar as várias estações do ano, em sintonia com a vida e a obra de Jesus Cristo. Destas, sem dúvida, as cores que mais indicam as dimensões de majestade e realeza são as do período Pascal: branco e dourado.

A Páscoa não é apenas uma festa num domingo. Ela é todo um período, de celebração radiante, entre o Domingo da Ressurreição e o Pentecostes. Neste período, festejamos a vitória da vida sobre a morte, que nos liberta de todas as forças escravizantes deste mundo. Celebramos o caminho da graça, que nos torna a todos iguais e irmãos. Relembramos a sublime e gloriosa trajetória de Jesus Cristo, o Deus que se fez menino, cresceu, morreu e ressuscitou para que, por Sua própria vida, recebêssemos vida e abundância.

Jesus é nosso Rei. A Ele ofertamos nossas vidas, como mimos enfeitados, cata-ventos esfuziantes, repletos de laços de fita brancos e dourados. Dedicamos a Ele, como presente, as nossas próprias vidas. Sacrifícios vivos. Presentes com cheiro de vida. Ofertamos e dedicamos nossa festa, nossos gracejos, risos soltos, lágrimas de alegria. A gratidão de saber-se vivos na vitória de Cristo.

Apresentamos as nossas vidas, em dourado e branco, ao nosso Rei alado, que voa como o Sol de oriente a ocidente, e virá, um dia, para nos levar para junto dEle.

Rev. Christian Bitencourt

Nenhum comentário: