sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

RESGATANDO O SENTIDO DO NATAL


Publicado no Boletim nº 26 do dia 21 de Dezembro de 2008.


As comemorações alusivas ao natal são cíclicas. Sempre as mesmas coisas: presentes, luzes, presépios, mesa farta para a ceia (nem todas, claro!). Tornou-se óbvia a determinação do consumismo sobre o real significado do nascimento do Cristo. A época é fértil para resgatarmos o sentido desta data tão importante do calendário cristão.


Natal é exercício efetivo de humildade entre os homens. Parece que desta celebração, apenas aprendemos a respeito dos presentes dos magos ao menino Jesus (garantia de negócios ao comércio). Mas não nos esqueçamos das circunstâncias em que ele nasceu. Sua vinda ao mundo aconteceu de forma humilde: “não havia lugar para eles na hospedaria”, Lucas 2:7. Nasceu então, numa estrebaria, sujeito a quaisquer tipos de infecções de um recém nascido. Seus pais precisaram exilar-se da matança às crianças imposta por Herodes, como milhares de meninos e meninas refugiam-se da violência urbana em nossos dias. Em meio às situações limites da vida o Cristo nasceu. De origem humilde e plenamente identificado com as necessidades humanas.


Natal é vida. Isto é correto, pois celebramos o nascimento do Messias. Mas, como todo ser humano, ao nascer Jesus já caminhava para a morte e morte na cruz. Ao enfatizarmos demasiadamente a vida no natal, esquecemo-nos que a redenção só acontece de forma plena no calvário. O símbolo universal da fé cristã não é o presépio, nem a manjedoura, mas a cruz. A centralidade do cristianismo propõe simbolicamente a morte com Cristo para a conseqüente obtenção da vida. Se não for assim, minha alegria no natal só acontecerá em dezembro. Natal tem de acontecer todos os dias da nossa vida a partir da salvação gratuita de Deus.


Natal é presença histórica de Deus entre os homens. Deus conosco. Jesus é o mais poderoso marco histórico da vida humana. Ele é a própria história, que ainda hoje se manifesta no pão compartilhado, na expansão da justiça que promova a paz entre os homens, na esperança de que um dia nossos sonhos tornar-se-ão realidades.


Desejamos a toda a Igreja Presbiteriana da Esperança um Feliz Natal.



Rev. Saulo Marcos de Almeida

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