Há no imaginário atual, mesmo com tanto conhecimento disponível, uma percepção antiga de que o ser humano só será pleno, realizado, quando achar a sua cara metade. Não são poucas as metáforas usadas do senso comum, que reforçam essa forma de pensar: parte da laranja; tampa da panela, etc. Sem perceber e, em tom de brincadeira, socializa-se esta cultura preconceituosa ao estranhar o homem que não se casa ou ao chamar de tia a mulher que vive só.
Essa compreensão nem sempre percebida, mas inserida em nossas relações humanas, tem excluído muitas pessoas da convivência cotidiana (no trabalho também) e gerado uma enorme insatisfação, mesmo entre os mais jovens.
Embora se admita a possibilidade de que essa consciência tenha sido usada para explicar o ideal cristão de que o homem não foi formado para viver sozinho (Não é bom que o homem esteja só” Gênesis 2:18), não se pode reduzir a satisfação humana somente à realização suprema do matrimônio. Adquirir essa visão é tornar limitada a criação divina que, fez o homem e a mulher de forma inteira (integral), e os colocou no mundo para serem felizes e satisfeitos em outras dimensões da vida também.
Entre os solteiros existe uma cobrança velada de que é preciso casar o mais rápido possível. Por conta disto, há muita precipitação. Outros, que não se casam, correm o risco da exclusão social e do sentimento de que nunca se tornarão completos, satisfeitos.
Quanto aos casados que se deixam influenciar por essa visão, existe sempre a expectativa de que a outra metade suprirá todas as suas necessidades. Nesse caso, a relação sobreviverá na linha tênue entre demandas pessoais e cobranças, posto que o outro há de “inteirar” o que me falta. Assim, impedidos de ver a realidade como ela é, vendo-a apenas como se apresenta, preferimos acreditar que nos constituímos de metades esperando que o outro nos totalize, a aceitar o fato de que somos inteiros, e que nossas limitações precisam ser administradas para a construção de uma equilibrada caminhada a dois.
Sugerimos sempre a relação com Deus no encontro com Cristo, que nos formou inteiros e plenos de sentido. A caminhada constante com o nosso próximo em todas as suas dimensões (bio-psico e social), imagem e semelhança de Deus para o desfrute da vida abundante que o Senhor da vida nos ofertou. Carpe Diem! Deus lhes abrençoe!
Rev. Saulo Marcos de Almeida
2 comentários:
Pastor Saulo. Li teu artigo e gostei muito!!!Mas o que me trouxe até aqui foi a saudade que sinto de vc.E também saber como vai.Espero que tire um tempinho, e venha nos ver para matar esta saudade.vc. é muito especial sabe disto não é?
com todo meu carinho! Ermita. Um grande abraço.
Pr Saulo,
Gostei muito do que vc escreveu, e realmente muitas vezes nos sentimos assim... sendo cobrados da sociedade se estamos sozinhos... também acredito que Deus fez o homem e mulher para viverem juntos, para constituir família, mais que antes de tudo, nós tenhamos um relacionamento sério , fiel, e verdadeiro com ELE para que as demais coisas sejam para completar e complementar nossas vidas...
um abraço pra você, e que Jesus abençoe sua vida mais e mais a cada dia.
Gizeli
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